Sócrates incentiva nova ordem regulatória mundial
José Sócrates desafiou, na sessão de abertura do V Fórum Parlamentar Ibero-Americano, na Assembleia da República, os países ibero-americanos a concertarem posições para que participem enquanto comunidade na construção de uma nova ordem regulatória mundial na economia e na política.
O primeiro-ministro português elogiou a acção concertada dos Estados dos diferentes países na resposta à crise mundial que permitiu, na sua perspectiva, evitar "uma catástrofe económica" e sublinhou que a recente crise económica e financeira mundial deve ser motivo de reflexão para mudar a regulação económica: "se a prioridade imediata é a recuperação da economia, a verdade é que o mundo já começou a discutir a nova ordem económica e os novos sistemas de regulação económica. Isto dá-nos uma grande oportunidade”.
José Sócrates lembrou que a comunidade Ibero-Americana pode "fortalecer uma visão comum e uma participação nessa nova ordem regulatória mundial que se está a desenvolver": "estamos numa altura propícia ao debate e à concertação de posições, porque o mundo está a mudar na regulação económica e está a mudar na geopolítica. Isto dá-nos uma oportunidade de partilhar visões, experiências e de concertar politicamente essa participação na mudança mundial que está acontecer".
O primeiro-ministro falou ainda sobre os resultados da aplicação do Plano Tecnológico e de medidas como a empresa na hora" em Portugal, sublinhando, perante os parlamentares ibero-americanos, que Portugal ocupa a primeira posição europeia na disponibilização de serviços públicos por via electrónica: "é possível fazer mudanças significativas em pouco tempo, se houver prioridades claras e persistência política", sustentou.
Fonte: Sentido das Letras / Copyright 2008 - 11/25/2009 10:11 PM
Meu comentário:
Este homem é corajoso e acaba de abordar um assunto que nós todos conhecemos mas que poucos têm coragem de dizer e, menos ainda, de dar passos nesse sentido.
Se tentarmos vislumbrar um pouco para além das cortinas do futuro da humanidade, veremos que, irremediavelmente, o processo de globalização conduzirá a humanidade para projectos cada vez mais globais, com a necessária diluição das fronteiras. A necessidade de uma ordem mundial em todos os planos da vida humana, é de ontem. A religião não conseguiu nem conseguirá liderar, de forma global, os destinos do homem, estando ela cada vez mais fragmentada, tal é a desorientação dos homens, à procura de referências, de luzes orientadores.
A política poderá esse fio condutor. Quer queiramos quer não, devemos reconhecer que a vida neste planeta cada vez mais está nas mãos de menos gente, os decisores, obviamente, são aqueles que dominam a economia mundial. Tudo está nas mãos dos mais ricos. E, por falar dos mais ricos, lembrei-me da indústria farmacêutica que é uma das que vem florescendo de forma preocupante. Sendo a saúde o nosso bem mais precioso os poderosos vêm explorando-a até à exaustão e de forma preocupante. Não temos a certeza se todas as doenças que vêm surgindo nas últimas décadas serão decorrentes da evolução e capacitação natural dos vírus e outros micro-organismos já conhecidos ou se simplesmente são produzidos e tratados em certos laboratórios e espalhados pelo Mundo para que essa indústria ganhe cada vez mais dinheiro.
Precisamos urgentemente de uma ordem mundial. Uma ordem que, respeitando as diferenças entre os povos utilize os denominadores comuns para impor regras de boa convivência, que reduza as assimetrias entre os povos, acabando com a fome, que esmague qualquer rebelião à ordem, fazendo imperar, acima de tudo, a lei do respeito pela vida humana.
Pura utopia minha gente. Uma ordem mundial (estou falando de uma organização supra-estatal, com poderes a nível do Planeta), mesmo que inicialmente dirigida por pessoas de bem, acabaria por ter no back stage o poder económico dando as orientações que mais lhe conviessem. O homem caminha inexoravelmente para o seu fim. Este Planeta está doente, agonizante, e os poucos que se preocupam com ele aos poucos vão-se esmorecendo tal é a força da podridão. O homem é o seu próprio predador e acabará por morder a sua própria cauda quando não houver mais nada nem ninguém para ele morder.
O cenário é negro, mas aceite o desafio de me mostrar que estou errado e que para além de esperanças vãs para salvar o Planeta há qualquer coisa de concreto, de palpável. Mas por favor não suporte as suas argumentações na religião. A fé é outra história e não cabe nesta análise.
Bem haja Sr. José Sócrates. O recado está dado.
Luíz Rodrigues – Mindelo, 26-11-2009.
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1 comentário:
Começo por saudar, vivamente, esta auspiciosa primeira de muitas participações do Luiz Rodrigues.
E é que começa logo com uma questão da maior importância -a nova ordem regulatória mundial, ou o governo mundial.
Não partilhando do entusiasmo do Luiz pelo 1º Ministro do meu país, até porque «santos da casa não fazem milagres», concordo totalmente com os receios que ele manifesta na parte final do seu post. Como diz um ditado africano, quando os elefantes lutam quem se lixa é o capim. Quando se entendem também. Continua...
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